Mesmo com as dificuldades impostas pela recessão, é possível manter um negócio próprio vivo no mercado, desde que bem administrado
Em época de crise econômica, a população, preocupada com as finanças, corta gastos, empresas vendem menos, perdem faturamento e muitas até fecham as portas. Para os empreendedores que buscam iniciar, expandir ou diversificar seus negócios, o cenário negativo aparece como um grande limitador, fazendo com que ideias boas sejam proteladas. O sonho de muitas pessoas acaba engolido pelo fantasma da recessão. Mas será que adiar projetos é a forma mais correta de agir nessas horas?
O desafio, no entanto, não é nada fácil. Alguns empreendedores se desesperam e caem em lugares comuns do cenário de crise, como “demitir funcionários como primeira alternativa para reduzir custos, diminuir a qualidade e até mesmo paralisar atividades e deixar de lado a capacidade de inovar”, explica Maria Lucia.
“Ao contrário disso, o empreendedor precisa melhorar a comunicação com os clientes, realizar parcerias e utilizar mais canais de distribuição, como o e-commerce, ponto físico, porta a porta, vendas diretas e redes sociais, por exemplo, a interação via WhatsApp”, orienta a consultora.
Há mais de dez anos no mercado na região de Taubaté e Caçapava, a Way Idiomas foi uma das empresas que sofreram com a instabilidade econômica. “Sentimos uma queda significativa das matrículas de novo alunos no começo de 2015”, conta a diretora da escola, Fernanda Castro. A Marmoraria 2 Leões, por sua vez – que também atua há mais de uma década em todo o Vale do Paraíba e Litoral Norte – engrossa o coro ao falar sobre a retração no caixa.
“Sentimos a crise logo no início de 2015, com uma baixa aproximada de 35% nas vendas”, conta um dos proprietários, Kledson Leão. “Além da redução de faturamento, houve um aumento na inadimplência e uma queda brusca nos preços da concorrência”, explica.
O que fizeram? Diante do cenário desfavorável, ambas as empresas agiram: enquanto uma reavaliou seus preços, a outra criou uma equipe comercial. “Deixamos de olhar no retrovisor para passar a olhar no espelho. Voltamos a nossa atenção para todos os números da empresa e hoje sabemos exatamente onde cortar custos sem afetar o resultado oferecido ao cliente”, comemora Leão. “O mercado não parou de consumir, apenas ficou mais seletivo. Então além do setor comercial, passamos a investir em produtos e serviços com mais valores agregados, como seguro estudantil para cobertura de mensalidades em caso de desemprego, fizemos parcerias, iniciamos aulas aos sábados e começamos a implantação da ISSO 9001”, explica Fernanda.
Tanto a Marmoraria 2 Leões quanto a Way Idiomas recorreram ao Sebrae-SP em busca de direcionamento. No caso da primeira empresa, a consultoria financeira a distância foi fundamental para entender melhor os números do negócio. “Tivemos a oportunidade também de fechar com o Sebrae-SP e Senai uma consultoria de 80 horas para padronização de processos, que já está em curso. Nosso objetivo com ela é diminuir custos, prejuízos e otimizar resultados”, afirma Leão. “Encontramos no Sebrae-SP uma instituição que nos deu apoio em vários segmentos. Sempre vamos em grupos aos cursos e seminários que são oferecidos. Além do ensina mento, eles trazem também uma oportunidade de interagirmos com outros empresários que estão passando pelas mesmas dificuldades”, conta Fernanda.
“O objetivo do Sebrae-SP é estar mais próximo do empreendedor neste momento de instabilidade econômica, dando o suporte necessário com nossa equipe formada por consultores de diversas áreas como finanças, negócios, marketing, gestão etc. Esta é a missão do Sebrae, fomentar o empreendedorismo e apresentar ferramentas e soluções para que os empresários tenham sucesso em seus negócios”, explica Alexander Terra Antunes, gerente regional do Sebrae-SP em Sorocaba.
FONTE: REVISTA PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS